sexta-feira, 7 de março de 2008

AS HABILIDADES DO ADVOGADO

Estou com muitas novidades, mas ando sem tempo nessa semana para sentar e escrever. Enquanto não escrevo nada novo, gostaria de compartilhar um artigo escrito pelos consultores Rodrigo Bertozzi e Lara Selem.


AS HABILIDADES DO ADVOGADO

“Os homens levam em consideração apenas suas necessidades, nunca suas habilidades.”
- Napoleão Bonaparte


Uma das maiores travas do alto desempenho na carreira de um advogado não diz respeito, muitas vezes, às suas habilidades técnicas e decisórias. São as habilidades interpessoais que fazem toda a diferença! O profissional de hoje começa a alcançar o sucesso quando se abre para a compreensão da matemática humana e de que, se não desenvolver algumas habilidades, fará parte dos 80% de espectadores do sucesso alheio.

Habilidades são conhecimentos específicos que resultam de entendimento, informação, prática e aptidão. Agrupam-se em três categorias: habilidades técnicas, habilidades interpessoais e de comunicação, e habilidades conceituais e decisórias.

Quando um indivíduo possui habilidade técnica é sinal de que é capaz de desempenhar tarefa que envolve certo método ou processo. Do acadêmico de Direito que conclui a faculdade é esperado que tenha um conjunto de habilidades técnicas inerentes a essa ciência. Na medida em que sobe os degraus da carreira, o profissional depende menos de suas habilidades técnicas básicas, que, contudo, lhe fornece os conhecimentos necessários para assumir novas responsabilidades e tratar de casos mais complexos.

Já as habilidades interpessoais e de comunicação influenciam a forma como o advogado trabalha com as pessoas de sua equipe. Hoje, mais do que nunca, a advocacia é trabalho em equipe, logo, o profissional utiliza boa parte do seu tempo interagindo com pessoas de vários níveis e conhecimentos, o que torna imprescindível desenvolver habilidades para conduzir, motivar e comunicar-se eficazmente com aqueles que o circundam.

As habilidades interpessoais do advogado tradicional diferem em muito do advogado contemporâneo. Enquanto aquele pensa em si próprio como um chefe ou patrão, toma decisões a sós, guarda as informações e centraliza o trabalho, este raciocina como um consultor interno, convida outras pessoas para ajudar nas tomadas de decisão, compartilha informações e divide tarefas.

Já as habilidades conceituais e de decisão envolvem o reconhecimento de questões complexas, porém dinâmicas, e o exame dos numerosos fatores conflitantes que as influenciam, visando a resolução dos problemas. Na medida em que o advogado adquire maiores responsabilidades, deve exercitá-las.

Selecionamos algumas das habilidades que consideramos fundamentais para o advogado que pretende alcançar êxito em sua carreira e esperamos que, em 2008, você possa colocar em prática muitas delas!

Agilidade na tomada de decisões para que os projetos do escritório possam caminhar. Analise todas as informações possíveis antes de tomar uma decisão e evite agir sob pressão, mas não se deixe paralisar pelo exame excessivo dos fatos. Toda decisão implica algum risco, mas deixar de tomá-la pode significar um risco muito maior.
Aprendizado e desenvolvimento pessoal para que a carreira do advogado esteja sempre em ascensão e crescimento. Isso gera motivação se ele estiver disposto a buscar novos enfoques ou formas de fazer as coisas. Para melhorar ou desenvolver essa habilidade, tente otimizar sua autocrítica com os feedbacks que recebe, pois servem de termômetro para identificar o que está indo bem e mal com você. Se for capaz de assumir suas falhas, estará apto a desenvolver qualquer aprendizado.
Autoconfiança e autoconhecimento para assumir riscos e ter segurança nos projetos da banca. E para isso é importante não filtrar a realidade! Pés no chão, conhecimento e informação são os ingredientes para que projetos ousados saiam do papel.
Capacidade crítica para analisar friamente uma situação difícil, levantando prós e contras a fim de que a tomada de decisão envolva bom senso. Se a situação for difícil e estressante, a tendência é que o emocional tome as rédeas e não a suporte com naturalidade. O resultado, então, será o pior possível.
Competitividade para alcançar o objetivo da equipe e realizar um trabalho de excelência, que faça diferença aos olhos do cliente e cumpra o prometido, é elemento-chave à manutenção da banca em situação favorável.
Compreensão interpessoal e empatia para lidar com as pessoas. Saber conversar, manter um diálogo espontâneo, sem arrogância ou pedantismo, demonstrando genuína preocupação com o outro vale para tanto para conquistar e manter o cliente, como para motivar a equipe.
Flexibilidade para lidar com imprevistos e contornar momentos de adversidades, que, na advocacia, não são poucos. É necessário ter jogo de cintura para superar as crises.
Iniciativa para colocar boas idéias em ação. Como não existe porto seguro para nenhuma carreira, saber colocar em prática seus projetos pode diferenciá-lo da maioria. Pensar é fácil, difícil é fazer! Porém, aqueles que realizam ganham vantagem em relação à concorrência.
Integridade e coerência para fazer com que os demais se comprometam em cooperar. Somente quem faz o que fala ganha o respeito genuíno do outro. É um dos fatores cruciais para se alcançar uma liderança efetiva.
Intuição para enxergar os problemas a certa distância e encontrar mais de um meio de resolvê-los. Dependendo da situação, a resposta nem sempre é clara o bastante para guiar na busca de uma solução. Intuição e criatividade são habilidades importantes para sair das mais díspares crises.
Manutenção de relações de longo prazo, dominar as habilidades interpessoais, estar atento aos movimentos do seu networking e saber fazer amigos é de suma importância para o escritório que deseja comemorar bodas de ouro com seus clientes, equipe e parceiros. Os elementos fundamentais para relacionamentos sólidos são o respeito, as experiências compartilhadas, a confiança, a reciprocidade e o prazer mútuo.
Persuasão e argumentação para influenciar as pessoas a dar o melhor de si ou gerar mais conhecimento. Falar e escrever bem, saber criar novas figuras de linguagem, contar histórias que prendam a atenção e usar bem a língua portuguesa faz o profissional manter-se em evidência por muito mais tempo. Nunca subestime o poder da palavra escrita ou falada.
Trabalho em equipe para aprender a escutar e respeitar opiniões diversas das suas, visando um objetivo comum. A advocacia moderna não comporta mais o “advogado do eu sozinho”. Apesar da formação do advogado voltar-se para o trabalho solitário, o mercado requer que ele trabalhe em grupo. Saber como se faz isso trará um diferencial competitivo em sua carreira.
Visão no cliente para identificar suas necessidades ocultas e detectar o que o satisfaz. Aqui entram outras habilidades, como saber ouvir, saber perguntar, saber observar. Nem sempre o cliente consegue exteriorizar aquilo que gostaria de obter do escritório de advocacia que o atende. Cabe aos advogados descobrir suas necessidades.
Visão do negócio para saber o posicionamento do escritório e por onde irá caminhar, antecipar-se a tendências, agarrar oportunidades e desenvolver relacionamentos preciosos não são casualidades, mas fruto direto do pensamento estratégico. O que você quer construir? Como ter uma maior visibilidade no mercado jurídico em que seu escritório atua? As respostas a estas perguntas podem definir caminhos estratégicos e ampliar a visão do negócio.
De todas as habilidades que mencionamos, aquelas que farão mais falta ao advogado que deseja ser bem-sucedido são de natureza interpessoal. Está comprovado que 66% a 90% de todos os fracassos verificados no mundo dos negócios têm sua origem nas relações humanas. Os chamados “problemas de personalidade”, tais como timidez, insegurança e falta de confiança, constituem-se fonte das dificuldades de relacionamento entre as pessoas.

Aproveite para analisar que habilidades interpessoais lhe fazem falta e mãos à obra rumo ao seu desenvolvimento profissional e pessoa!! Sem dúvida, o Ano Novo será diferente, para melhor, é claro!

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